Wednesday, March 03, 2004

 
Simplicidade
As pessoas tendem a complicar a vida e o mundo. Amaldiçoam a humanidade e o que esta representa, choramingam a injustiça que é viver num mundo tão terrível (normalmente dizem que o mundo é fixe mas o homem é que o estraga o que curiosamente até é verdade. Resta saber quem é que não o aproveita.), enfim, fazem tudo por tudo para obscurecer a vida humana. Na realidade a humanidade é a única coisa realmente fascinante em todo este Universo. A Ciência, a roda, o sabonete, a bomba atómica, o automóvel, a pasta, a guerra, a política, a sociedade, a música, a escrita, a pasta de dentes, a água quente corrente, e mais uns milhões de coisas definem a humanidade e a sua positividade (sem ter juízos de valor apriorísticos sobre essas mesmas coisas). Toda a gente fala da monstruosidade que é a bomba atómica, mas quantas se dão ao trabalho de tentar imaginar o esforço mental, e o trabalho científico e elevador do espírito humano que tal conceito deve ter necessitado? Não é a explosão, e o cogumelo que toda a gente adora ver para dizer que é horrível, que demonstra a grandeza do ser humano, mas sim o pensamento que supôs a existência de uma energia tão grande despoletada por um átomo instável. Einstein conseguiu imaginar. Mas já um grego brilhante havia pensado na divisão da matéria em pequenas partes(átomos). Passados milhares de anos o fio condutor não se quebrou e a física continua a fazer descobertas alucinantes. A Ciência tem tentado o seu melhor para explicar ás pessoas como tudo se passa aqui no mundo e no Universo. Tem-no conseguido com grande sucesso. Porque é que as pessoas insistem em pintar o mundo de negro, com deuses, demónios, dor e afins? Não entendo que a felicidade seja o objectivo mais importante da vida, e é óbvio que a vida tem momentos felizes e infelizes, no entanto são as pessoas que que querem atingir a felicidade plena as mais tristes e cinzentas.Viver é um risco, mas há milhões de pessoas que pertencem á gloriosa humanidade que não têm a sorte de perceber sequer o que é a humanidade. Os sortudos que se podem dar ao luxo de sentar o rabo numa cadeira e passar alguns minutos em frente de um pc a absorver sabe-se lá o quê, deviam sentir a responsabilidade de viver e perceber o mundo.

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